11 de jun. de 2009

Testamento...

Você já providenciou o seu testamento? Já decidiu a quem deixar os seus bens, quando a morte vier lhe ceifar a vida física?
Alguma vez já cogitou quantos transtornos poderão ser evitados se a partilha de tudo que você dispõe for decidida, por você mesmo, quando ainda goza das suas faculdades mentais e a saúde lhe sorri, abençoando-lhe os dias?
Quando você cogitar da divisão dos seus bens, elegendo herdeiros, pense em tudo o que você pode passar para os seus filhos, desde hoje.
Antes que a morte roube sua presença física do lar onde seus rebentos crescem sadios, ante seu olhar amoroso, medite nos valores que são imperecíveis e que lhe cabe ofertar.
Pense no valor honestidade. Já ensinou seu filho a ser honesto?
E ser honesto não quer dizer somente não se apossar do que não lhe seja devido, significa muito mais.
Falando com seus filhos, estimule-os a serem honestos em todas as circunstâncias.
Não colando nas provas, não mentindo, mesmo que seja para ganhar no jogo de futebol da turma. Dizer toda a verdade mesmo que fiquem em apuros.
E
não deturpar um pouquinho só a verdade, para que não soe tão mal, ou mentir para se proteger.
Como o melhor método de ensino é o exemplo, não esqueça de exemplificar sempre, com sua própria conduta.
E a coragem? Já a demonstrou ou buscou ensinar a seu filho?
Coragem que é ousadia para tentar realizar coisas boas, embora difíceis. Coragem que é força para não fazer o que todos fazem, mas dizer não, manter sua posição e até influenciar os outros positivamente.
Coragem que significa ser fiel às convicções e seguir os bons impulsos, mesmo que para todos os demais possam parecer tolos ou inconvenientes.
Coragem de demonstrar os próprios sentimentos, de ser afetuoso, de ser amigo.
Coragem de fazer o que é certo, mesmo que seja sozinho.
Verdadeiramente, estes são valores que você, de forma alguma, poderá repassar em testamento.
Mesmo
porque, quando não estiver mais em corpo físico ao lado dos seus filhos, terá já passado a oportunidade da sua educação.
Aproveite, pois, o dia que vive ao lado deles e fale-lhes do respeito.
Respeito pela vida, pelos pais, pelos mais velhos, pela natureza, pelas crenças e direitos dos outros.
Fale-lhes da diversidade enorme de sentimentos dos seres humanos e ensine-os a ter respeito por todos.
Se você se empenhar, desde já, em passar valores verdadeiros a seus filhos, guarde a certeza de que, se vier a morrer sem ter deixado bem documentadas suas últimas vontades, eles saberão o que fazer.
Mais do que isto: agirão com dignidade, atendendo às lições que lhes foram repassadas.
E se você é dos que afirmam que nada tem de material para legar aos seus filhos, ministre desde já as lições do bem, da honradez, para que, quando se for, possa partir com a consciência tranqüila a lhe apontar que cumpriu seu dever de pai e educador, com muita propriedade.
Pode não deixar recursos amoedados, mas terá legado ao mundo o de que ele mais necessita: homens de bem.

Os seus filhos poderão crescer e acabar desenvolvendo valores diferentes dos seus e dos que tentou ensinar.
Contudo, a sua mensagem de valores permanecerá indelével em suas mentes. Um dia, eles a recordarão e a utilizarão, mesmo que seja em dias avançados de suas vidas, após terem cometido erros e desacertos.
Não deixe, assim, passar em branco a oportunidade presente.

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