30 de jul. de 2009

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE SÓ EM 2256....

O Brasil vai levar 247 anos para alcançar um nível de qualidade na educação equivalente ao oferecido por países de médio e alto desenvolvimento. É extremamente baixa a velocidade com que os governos federal, estaduais e municipais implementam medidas de melhoria da aprendizagem, e a escola ruim – chata e pouco útil – vem expulsando multidões de estudantes.

Estes dois dados aparecem num estudo que o Instituto Ayrton Senna acaba de divulgar.

As taxas de aprovação e redução do abandono estão melhorando, “mas a velocidade é muito baixa”, aponta Viviane Senna. O desempenho também melhora em algumas áreas, mas o ritmo é ainda mais lento. “Em Matemática, estamos andando para trás.”

O que se vê na avaliação de desempenho dos alunos do ensino fundamental é desalentador. “Em Português, somente 2 em 10 alunos sabem o que precisam saber em suas séries; em Matemática, apenas 1 em 10″, informa Viviane.

Estes alunos são enrolados por escolas que sofrem de falhas graves na gestão de seus poucos recursos e por professores que não foram capacitados para oferecer um processo de aprendizado.

“Na escola ruim, aprende-se pouco”, e o círculo vicioso envolve crianças e adolescentes num desgaste contínuo. “Leva-se até 4 anos para fazer uma única série”, lembra Viviane. Até que o estudante simplesmente desista daquela rotina sem sentido.

Se a escola pública brasileira fosse um trem rumando em direção ao nível de escolaridade da OCDE (grupo de países de médio e alto desenvolvimento econômico e social), chegaria ao seu destino com menos da metade dos passageiros. Na lenta viagem, cerca de 20% abandonariam os vagões com 3 ou 3,5 anos de escola.

É Viviane quem faz a imagem desse comboio moroso: “Esses 20% desembarcam já na ‘Estação Tanzânia”, diz ela, referindo-se ao nível de escolaridade daquele país e de outros, como o Haiti. Outros 20% descem na ‘Estação Nicarágua’, com 4,5 anos de escolaridade, enquanto mais 20% saltam na ‘Estação Argélia’, com 5,5 anos.

Menos de 5 em cada 10 estudantes brasileiros matriculados na escola pública de acesso ‘universalizado’ chegam à 8ª série, e somente 3 concluem o ensino médio. “Fizemos a universalização do acesso, mas não da conclusão e do sucesso.” Isso significa, segundo Viviane, que “a educação continua sendo para poucos e, portanto, o País ainda é para poucos”.

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