4 de abr. de 2009

COLHERZINHA NA BOCA DA GARRAFA DE COCA-COLA...

Reza a lenda que se colocarmos uma colherzinha na boca da garrafa de Coca-Cola, após ela ser aberta, seu gás permanecera lá por um tempo maior do que se ficar destampada (em uma garrafas de vidro, como a foto ao lado). Então, tudo isso é realmente lenda que nos perseguem desde a década de 80 (aproximadamente) ou realmente funciona?

Pesquisamos em infinitas bibliografias, porém nem uma nos levou a esse caso especifico. Então conversamos com vários mestres e doutores e somente um nos respondeu com firmeza e palpado ciêntificamente.

Segundo o professor Dr. Evandro Silva*, tal fato não passa de lenda. A explicação é que o gás que se encontra na coca cola (CO2) é proporcional à temperatura, ou seja, quanto menor a temperatura mais fácil é a colocação de gás no refrigerante (durante o processo de fabricação) e mais difícil sua saída, isto é, quando colocamos o refrigerante na geladeira, ele irá se manter a uma baixa temperatura dificultando a saída do gás, mas se o mesmo estivesse a uma temperatura mais alta, o gás se dispersara para o ambiente mais rapidamente, com a colherzinha ou não.

Nós fomos ao laboratório CURIOFÍSICA e fizemos o teste, este precisa de um amparo científico maior, mas serve para tirarmos algumas conclusões e testar o que foi dito anteriormente.

Separamos 3 grupos de amostras os quais chamamos de G1, G2 e G3, e fizemos a experiência do seguinte modo:

G1 - Duas garrafas quentes foram abertas. Em uma delas foi colocado uma colher de chá em sua boca, de modo que a extremidade mais fina ficasse para dentro e a mais grossa apoiada na boca da garrafa (veja a imagem). Na outra garrafa não foi colocado nada, permanecendo aberta sem nem um objeto em sua boca. As mesmas foram colocadas, cheias, na geladeira a uma temperatura aproximada de 1 grau Celsius.

G2 - Duas garrafas geladas, a uma temperatura aproximada de 3 graus Celsius, foram abertas. Em uma delas foi colocado uma colher de chá em sua boca, de modo que a extremidade mais fina ficasse para dentro e a mais grossa apoiada na boca da garrafa (veja a imagem). Na outra garrafa não foi colocado nada, permanecendo aberta sem nem um objeto em sua boca. As mesmas foram colocadas, cheias, na geladeira a uma temperatura aproximada de 1 grau Celsius.

G3 - Duas garrafas geladas, a uma temperatura aproximada de 3 graus Celsius, foram abertas. Metade de seu liquido foi despejado simulando o que acontece em uma situação normal, onde o refrigerante é aberto e parte dele consumido, já o restante armazenado para um consumo posterior. Em uma delas foi colocado uma colher de chá em sua boca, de modo que a extremidade mais fina ficasse para dentro e a mais grossa apoiada na boca da garrafa (veja a imagem). Na outra garrafa não foi colocado nada, permanecendo aberta sem nem um objeto em sua boca. As mesmas foram colocadas, cheias, na geladeira a uma temperatura aproximada de 1 grau Celsius.

No total foram 6 garrafas de vidro de Coca-Cola, contendo um litro cada. O tempo de armazenamento foi de 24 horas para todas.

Ao final das 24 horas, 8 pessoas saborearam e analisaram a quantidade de gás em cada uma das garrafas, porém, sem saber qual delas havia sido colocado a colherzinha e qual não.

Os resultados foram o seguinte:

As garrafas que continham a colherzinha em sua boca não armazenaram mais gás do que as outras. Ocorreu justamente o contrário do que imaginávamos. Aparentemente, elas conservaram menos gás do que aquelas que não continham a colherzinha em sua boca.

Como diz o poeta “Mito Detonado“.

*Dr. Evandro Silva é Doutor em Físico-Química e professor efetivo da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, o qual é responsável por varias pesquisas nessa instituição.

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