Insira o policarbonato no drive de CD-ROM. Tecle o comando de ABS. Aguarde longos nanosegundos enquanto a mensagem percorre circuitos e chips de sílica tratada quimicamente. Pronto. Na tela do monitor, protegido pelo gabinete fabricado com resinas termoplásticas e pelo vidro cuja transparência foi obtida com a participação do hidróxido de cério, surge a informação que você buscava. Dados checados, alterações realizadas, é hora de imprimir o trabalho. Um novo toque no ABS e entram em ação os corantes, nitratos, solventes e o pentanodiol, que constituem a tinta da impressora, normalmente envasada em um tubo de polipropileno ou de polietileno de alta densidade. Aos poucos, no papel fabricado com celulose branqueada pela ação do peróxido de hidrogênio e compostos de cloro, toma forma o resultado dessa ação, cada vez mais comum em escritórios e residências.
Embora a linguagem da informática seja outra, muitas das operações realizadas com o auxílio dos microcomputadores poderiam ser descritas dessa forma. Os produtos químicos são fundamentais para a informática. A começar pelo fato de que, sem eles, muito provavelmente os computadores domésticos ainda estariam no terreno da ficção científica. Entre outros fatores, foram produtos desenvolvidos pela Química que possibilitaram a fabricação dos microcomputadores, tornando-os acessíveis a um maior número de consumidores.
É compreensível que, para os usuários da informática, assim como para a maioria dos consumidores, a tecnologia química não seja tão visível. No entanto, não é difícil perceber como os recursos da Química têm impulsionado conquistas da vida moderna. Basta, por exemplo, perguntar com que material seriam fabricados os disquetes se não existissem as resinas termoplásticas. Ou saber que o tonner utilizado nas modernas impressoras a laser é um composto de copolímero estireno acrilato, negro-de-fumo, polipropileno e óxido de ferro. Há muitas outras "mágicas" da informática que seriam apenas ilusões sem a Química. O scanner, por exemplo, capaz de capturar imagens, digitalizá-las e permitir que elas sejam armazenadas na memória do computador é, basicamente, um produto plástico. No casulo do mouse há uma esfera, perfeita, produzida com borracha sintética. Como se vê, a presença da Química, ainda que velada, é essencial para facilitar o dia-a-dia das pessoas, inclusive no campo da informática.
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