15 de jun. de 2009

A Invenção do Fósforo...

Hoje quando queremos acender o fogo usamos fósforos. Curtos, finos, feitos de madeira, papelão ou barbante encerado, os fósforos de fricção fabricados atualmente têm, no final da ponta, uma quantidade mínima de trissulfato de fósforo, que se decompõe e arde diante de baixas temperaturas e incendeia os demais produtos. Este pequeno, mas essencial invento, só passou a fazer parte da vida cotidiana no final do século 19 quando um sueco finalmente produziu um fósforo seguro.

Os homens conheciam e usavam o fogo milhares de séculos antes que fosse descoberta uma forma de ativá-lo quimicamente. Acredita-se que os chineses utilizavam “pauzinhos de fogo” por volta do ano 1000 AC. Porém, o elemento básico para fabricar fósforos foi descoberto acidentalmente em 1669 pelo alquimista alemão Henning Brandt. Em uma de suas tentativas de transformar metais em ouro Brandt descobriu o elemento fósforo (em grego “o que traz luz”). Em 1680 o cientista britânico Robert Boyle - um dos fundadores da química moderna - reparou que uma chama era formada quando o fósforo era esfregado no enxofre. Boyle acreditava que a chama não era causada pela fricção, mas sim por algo inerente ao fósforo e ao enxofre. Ele tinha razão. Encontrara o principio que conduziria a invenção do fósforo. No inicio do século 19 na Europa foram desenvolvidos diferentes dispositivos químicos para ativar fogo, alguns usavam a combinação fósforo-enxofre de Boyle, outros gás de hidrogênio, porém, todos eram muito perigosos além de incômodos.

Coube ao farmacêutico inglês John Walker produzir, em 1827, palitos de fósforo que podem ser considerados, apesar de seu grande tamanho, “o precursor” de nossos fósforos. Palitos menores foram comercializados na Alemanha em 1832, mas ainda eram extremamente perigosos: costumavam incendiarem sozinhos dentro da própria embalagem.

Foi nos Estados Unidos que Alonzo D. Phillips de Springfield obteve, em1836, uma patente para “fabricar fósforos de fricção” e os chamou “locofocos”. Mas o perigo ainda era grande e só foi resolvido após a descoberta do fósforo vermelho, em 1845. Foi o sueco Carl Lundstrom que introduziu em 1855 fósforos seguros. Além de ser fabricado com fósforo vermelho, para uma maior segurança, seus ingredientes inflamáveis foram colocados em dois locais distintos: na cabeça do palito e do lado de fora da caixa, junto com o material abrasivo.

Os fósforos feitos em papelão apareceram anos mais tarde e o responsável por esta invenção foi Joshua Pusey, um conhecido advogado americano da Pensilvânia que amava fumar charutos. Um dia, Joshua foi convidado para jantar pelo prefeito da Filadélfia e ao se vestir, reparou que a caixa de fósforos que levava no bolso de seu colete era grande demais. Pensou consigo: Por que caixas de fósforo eram tão grandes? E se os fósforos fossem feitos de papelão ao invés de madeira? Sem dúvida, seriam mais leves e muito menores. Joshua Pusey levou adiante sua idéia e em 1889 patenteou fósforos de papelão, mas oito anos se passaram antes que alguém mostrasse interesse por seu invento. Fato que ocorreu em 1897, quando a Companhia de Ópera Mendelsohn o procurou. Eles queriam algo de diferente para divulgar a abertura da estação nova-iorquina. Pusey então, utilizou fósforos de papel com o nome da companhia impresso. A partir daí, os fósforos de papelão começaram a vender com incrível rapidez. Anos mais tarde, Joshua Pusey vendeu sua patente para a Diamond Match Company.

Curiosidade: mais de 500 bilhões de fósforos são usados a cada ano!

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